quinta-feira, 7 de maio de 2015

Resenha: Extraordinário - R.J. Palacio




Título: Extraordinário
Autora: R.J. Palacio
Páginas: 318
Editora: Intrínseca

Quando eu terminei de ler Extraordinário a primeira coisa que eu quis fazer foi correr para cá e escrever sobre o livro. Mas achei melhor esperar um pouco, criar uma "margem de segurança emocional" para não correr o risco de ficar piegas e acabar não fazendo jus a todos os méritos dessa obra.

Eu comecei a ler Extraordinário num tranquilo domingo a noite e, cinco minutos depois, lá pela quarta página, já estava soluçando. Testemunhas que me viram nesse mísero intervalo de tempo podem atestar. Não porque o livro é triste, Extraordinário não é triste, é simples e comovente como um bom abraço e dá aquela vontade de pegar todo mundo no colo e dizer que vai dá tudo certo. Extraordinário é um abraço de mãe depois do pior dia na escola, é de chorar e sorrir ao mesmo tempo.

Se até aqui parece que estou falando de uma trama complexa e profunda, saiba que ela é narrada por um menino de dez anos. August, a criança em questão, começa a contar sua história explicando que ele é apenas um menino de dez anos comum, como todos os outros. Ou seria, se mais alguém o visse assim além dele mesmo. 

"Aliás, meu nome é August. Não vou descrever minha aparência. Não importa o que você esteja pensando, porque provavelmente é pior".

Quando ele nasceu enfermeiras fizeram o sinal da cruz, o médico desmaiou e antes que a própria mãe pudesse vê-lo ele já estava a caminho da UTI. Eu poderia escrever aqui o nome da síndrome raríssima que deformou o rosto de August, mas acho que ele merece uma chance melhor. Afinal, como está escrito na contracapa, "Não julgue um livro menino pela capa cara".

Como o livro é narrado através do ponto de vista de um menino de dez anos (e algumas das outras crianças que convivem com ele), os capítulos são curtos, com linguagem simples e com títulos de algo importante que aconteceu naquele dia como "Almoço" ou "Voltando para casa". Parece bobo? Não caia nessa. 

A história gira, obviamente, em torno da vida de August e de como ele tenta não prestar atenção nas pessoas encarando, desviando o olhar ou soltando exclamações de pânico quando olham para ele. Mas com isso August já está acostumado, o grande desafio mesmo vai ser começar a frequentar uma escola. Afinal, se o primeiro dia de aula não é fácil pra ninguém, imagina para alguém como ele.

Não há muito mais que eu possa dizer sobre a história, você vai precisar e realmente deveria ler. Eu poderia citar várias das minhas frases favoritas do livro como, "Se tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil", uma breve pista da humanidade que existem nessas páginas, mas ainda assim não seria suficiente para falar sobre os pais, irmã, amigos e sobre um garotinho que tem que vencer o mundo todos os dias.

Extraordinário é uma lição de vida para todas as idades e a primeira pessoa para quem vou emprestar o livro vai ser o sr. Pedro Gabriel, meu irmão de doze anos que está enfrentando o duro mundo da escola, repleto de crianças que apontam, orelhas grandes demais e pernas curtas demais. Ser rotulado e ter que escolher lados todo dia não é fácil, mas espero que ele sempre tome a decisão mais corajosa.

"A grandeza não está em ser forte, mas no uso correto da força...Grande é aquele cuja força conquista mais corações pela atração do próprio coração".

Preparem o lenço, mente e coração para uma leitura extraordinária.


2 comentários:

  1. Poxa, já tinha escutado comentários do livro, mas o teu foi o mais emocionante.

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