terça-feira, 23 de abril de 2013

Dia Mundial do Livro




Livros. Do lado da cama são nove. Em cima da escrivaninha, três. No computador, quatro. Nas gavetas, já perdi a conta. Alguns dos meus favoritos estão lá, guardados e supostamente esquecidos, para me servir como um presente a hora que sem querer eu achá-los de novo. Outros dos meus favoritos estão brincando na minha cabeça, esperando para deslizar pelas pontas dos meus dedos e tomar forma.

Que coisa incrível é folhear algumas páginas, ler, e se perder em um mundo completamente diferente. As horas passam, desaparecem, sem que você sinta falta, sem que sinta que perdeu alguma coisa. Ter um mundo que se possa carregar debaixo do braço e mergulhar em todos os momentos vagos, onde tudo se transforma, é o que eu conheço de mais verdadeiro sobre magia.

Um livro nunca passará despercebido, gostando ou não do que ele tem a dizer, ainda fará você pensar, sonhar, imaginar. Dará voltas em sua cabeça, até que assimile tudo que ele pode oferecer e parta para o próximo.

Meu muito obrigado a todos os livros que já cuidaram de mim, que me tiram daqui e me devolvem mais tarde, com ideias novas, alteradas, ou diferentes. Aos livros que me fazem chorar, rir, sentir raiva, pânico, ternura, alegria, consternação, e todas as emoções que cabem tão bem em palavras.

Ler é um ato que começa com curiosidade, continua por satisfação e se mantém por amor. Obrigada a todos os autores que compartilham seus mundos reais ou imaginários, afinal, dividir pensamentos é além de um ato de coragem, um ato de amor e dedicação a aquele pequeno objeto de papel e a todos que um dia poderão ser transformados por suas palavras.





segunda-feira, 22 de abril de 2013

Resenha: Um Homem de Sorte - Nicholas Sparks


Título: Um Homem de Sorte (The Lucky One)
Autor: Nicholas Sparks
Páginas: 349
Editora: Novo Conceito


Finalmente li um livro do Nicholas Sparks. Para quem não é fã de romance como eu e não sabe quem é Nicholas Sparks, aqui vai uma breve explicação: ele é o autor de praticamente todos os Best Sellers de romance dos últimos tempos, e praticamente todos viraram filmes. O homem produz livros a rodo, a cada dois meses parece lançar um. E dois meses depois esse um já está virando filme.

Se ainda não faz nem ideia sobre quem estou falando, talvez alguns nomes de seus livros/filmes possam ajudar: Querido John, Diário de uma Paixão, A Última Música, Um Amor para Recordar, Noites de Tormenta, entre muitos outros.

Alguns são realmente excelentes, como Diário de uma Paixão e Noites de Tormenta. Me refiro aos filmes, porque os livros nunca cheguei a ler, descobri que eram livros depois de já ter visto os filmes. Mas outros, como Querido John e A Última Música não vão muito além de qualquer história da Disney para adolescentes.

De qualquer forma, a resenha aqui é sobre a obra Um Homem de Sorte. Nesse livro, o autor conta a história de Logan Thibault, um fuzileiro do exército norte-americano que durante a Guerra do Iraque encontra a foto de uma mulher desconhecida perdida no deserto.

Durante os cinco anos que passa a serviço do exército, Logan mantém a foto consigo e escapa de inúmeras situações de risco em que praticamente todos os seus companheiros morrem, menos ele. Seu único amigo sobrevivente, Vitor, se convence e o convence que a foto é uma espécie de talismã e que enquanto Logan a carregar estará seguro.

Depois da guerra, Vitor diz à Logan para procurar a tal mulher, falando que ele tem um divida de gratidão com ela. Assim, ele resolve partir a sua procura, com as poucas pistas que a foto lhe dá, a pé e contando apenas com a fiel companhia de seu cachorro Zeus.

Quando finalmente chega a uma cidadezinha do interior, depois de cruzar metade do país a pé, encontra a moça da foto, Beth, trabalhando em um canil. O canil fica ao lado da casa onde Beth mora com a vó, Nana e o filho de dez anos, Ben.

Antes de encontrar Beth, porém, Logan tem um encontro acidental com um policial nada confiável e agradável, que mais tarde, quem diria, descobre ser o ex-marido de Beth e pai de Ben. Ó, o mundo é mesmo uma meia lentilha!

Assim, diante da mulher cuja foto ele carregou pelos últimos cinco anos e acredita ser a responsável por ainda estar vivo, Logan resolve se empregar no canil, e sem revelar a Beth o verdadeiro motivo de estar ali, começa a conviver com ela e sua família. Lógico que não demora muito tempo para que os dois se apaixonem e o ciúme doentio de Keith, ex-marido, comece a ameaçar a felicidade do casal.

Se o livro é bom? Bom pra passar o tempo, pra fazer dormir, pra derreter corações que já nasceram derretidos, bom pra encher prateleira. Como obra literária, nada demais, nada que te faça morder os dedos e passar a madrugada acordada porque não dá pra dormir sem saber o que vai acontecer, como todo livro bom, em minha opinião, faz com você.

Mas tem seu valor. Nicholas Sparks sabe descrever bem um cenário e rotina a ponto de fazer você se sentir em casa a certa altura da leitura. Descreve bem conflitos humanos pessoais e interpessoais e teria personagens bem reais, se não exagerasse em alguns diálogos montados com o único objetivo de fazer o leitor escorregar no mel ou ficar embaraçado, com a sensação de que está vendo adolescentes se beijando no meio da calçada. Mas temos que admitir que isso atrai grande parte do público feminino leitor, então ele tem seu mérito, o homem sabe o que faz.

Mas o que me deixou realmente com a pulga atrás da orelha foi não conseguir reconhecer em Um Homem de Sorte, o autor de O Diário de uma Paixão, que é um dos filmes que considero geniais em se tratando de romances inovadores. Preciso ler o livro para ver se o diretor e roteirista do filme deram uma “ajudinha” ou se Nicholas, como todos nós, tem momentos altos e baixos.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Mercado Editorial Brasileiro


Diz o ditado popular que toda pessoa tem que fazer três coisas antes de morrer: Plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Lendo essa frase têm-se a impressão de que os itens foram citados por ordem crescente de dificuldade, e caso tenha sido essa a intenção, ainda bem que o autor da frase usou a palavra “escrever”, se houvesse optado por uma menos poética, como “publicar”, talvez o ditado não tivesse se tornado tão popular ou correto, já que um filho nasce em nove meses e publicar um livro, se acontecer, pode levar uns bons anos.

Há algum tempo, comecei uma pesquisa sobre qual seria o processo a ser enfrentado por alguém que quisesse publicar um livro no Brasil. A principio, o passo a passo, não parece tão difícil. Primeiro há, é claro, que se escrever uma obra literária. Depois de concluída, o conselho geral é para que se faça o registro do material na Biblioteca Nacional, isso para que o autor tenha o direito de processar alguém em caso de plágio quando começar a enviar a obra impressa para os quatro cantos do país, pois é esse o próximo passo, mandar para o maior número de editoras que trabalhem com publicações do gênero da sua. É importante fazer essa pesquisa sobre os gêneros de livro com que cada editora trabalha, pois a maioria solicita que a obra seja enviada impressa, então caso o seu livro tenha quinhentas páginas, ou mesmo cem, ninguém gosta de gastar dinheiro com impressão e envio de um material que a editora nem mesmo vai ler, pois não se enquadra na sua linha de trabalho e produção.

Feito isso, é esperar. E esperar sentado, deitando eventualmente. A maioria das editoras pede um prazo de até seis meses para analisar sua obra e lhe dar alguma resposta. Isso quando dão. A outra grande maioria não da qualquer tipo de feedback e como geralmente pedem sinopse e resumo, é de se concluir que nem chegam a fazer uma avaliação total do conteúdo da obra, o que é um erro, pois se dependesse de resumos, eu deixaria de ter lido livros excelentes.

Mas qual o problema? Como há tantos livros no mercado se há tantas negativas? A resposta é simples: traduções. As editoras brasileiras adoram comprar direitos autorais de obras que já fazem sucesso em outros países e somente traduzi-las para o português. Já vem com o número de vendas de exemplares no exterior estampado na capa e o lucro é garantido.

Uma boa tacada para o mundo capitalista, uma bela facada no mercado literário nacional. Acumulando pilhas de negativas de editoras e frustração, é cada vez mais comum ao autor nacional percorrer caminhos alternativos.

Um desses caminhos são as editoras para as quais você paga pela revisão, capa e publicação do material e ela ajuda a promovê-lo. Empresas que prestam esse serviço já possuem vários planos disponíveis, no melhor esquema de companhia telefônica. Mediante o pagamento de tal quantia você publica. Por uma soma extra, ganha uma capa e por mais um bocadinho a revisão também.

Outra opção nasceu da ideia de pessoas que perceberam a realidade do mercado editorial e resolveram criar empresas online, cujo site aceita qualquer tipo de obra e a publica sem custo. Caso o livro venda e lucre uma determinada quantia mínima, o autor começa a receber uma porcentagem do valor arrecadado como direitos autorais.

E existem ainda raríssimas empresas que recebem originais, os analisa e publica pequenas tiragens, arcando eles mesmo com todo custo de produção. Caso todos os exemplares dessa primeira tiragem sejam vendidos, uma nova leva é impressa. Os profissionais dessa empresa também ajudam a promover o livro em lançamentos e canais online, assim como dão dicas de como o próprio autor pode começar a fazer propaganda da sua obra. O lucro do autor vem novamente de uma porcentagem sobre cada exemplar vendido, acertado previamente com a editora.

Esses são caminhos cada vez mais seguidos por autores que cansaram de ver seus livros na gaveta. Mas sinceramente, podemos culpar apenas as editoras por isso? Levante a mão quem ligou a TV, o rádio, abriu o jornal e viu um espaço mínimo que seja, mas inteiramente dedicado a falar sobre lançamentos literários? Bom, se você achou, me indique, porque eu gostaria de aumentar a audiência em reconhecimento a essa brecha rara.

A mídia atual, mídia de massa, como TV e rádio, não disponibiliza nenhum espaço para a divulgação de obras literárias, o que ajudaria e muito a impulsionar esse mercado e daria um bom incentivo e apoio às editoras para investirem mais em talentos nacionais.

Uma prova dessa realidade é o crescente número de blogs que resenham livros e se dedicam a comentar e indicar obras lidas, ávidos em trocar ideias e informações, e encontrando somente a internet como espaço para isso. Faça uma busca rápida e poderá constatar o grande número de blogs literários em funcionamento atualmente. Graças a isso, é na internet também que os poucos autores nacionais ganham seu destaque e fama. Com as mídias fechadas a esse segmento, a internet é o respiro, o meio pelo quais os leitores, dos casuais aos devoradores de livros, se encontram para comentar e conhecer, e onde também é prestado o reconhecimento aos autores que suaram e continuam suando para conseguir ter suas obras publicadas.

É conhecida a lenda de que “filmes de Hollywood são melhores que os nacionais”, e talvez por isso, o povo brasileiro tenha finalmente experimentado uma leve “revolta” e começamos a presenciar um número maior de pessoas comprando ingressos para apreciar o cinema nacional.

Agora, acredito que já esteja mais do que na hora de jogarmos na nossa própria cara, que creditamos esse estigma à literatura também. Passamos a acreditar que “obras de autores internacionais são melhores que as escritas por brasileiros”. Vamos aceitar isso para começar a mudar e quem sabe assim, editoras e mídia aumentem a abertura e incentivo as mentes e talentos nacionais, indo além da sinopse.




quinta-feira, 4 de abril de 2013

Café Pendente


Esse texto não é meu, é uma matéria de autoria de Vicente Carvalho, publicada no seguinte site:

http://www.hypeness.com.br

Acabei de ler (essa e várias outras matérias desse site genial) e resolvi postar aqui, porque todas as boas ideias devem ser compartilhadas.



por Vicente Carvalho

Fomos conhecer um café na Vila Madalena que pratica o “café compartilhado“, um sistema no qual você toma um café pago por alguém e pode fazer a mesma gentileza: deixar um café pago para outra pessoa. Esse hábito do “café pendente” surgiu por conta do livro The Hanging Coffee, no qual um personagem toma seu café e ao pagar a conta deixa pago dois cafés: o seu e um pendente para o próximo cliente que vier.

Cheguei ao Ekoa Café sem avisar, sem marcar horário, simplesmente fui. Chegando lá já vi um quadro falando sobre o café compartilhado, e que haviam 3 cafés cedidos, vejam o quadro acima (quando tirei a foto já havia sido apagado um dos cafés) .

Então, junto com o café, chegou um simpático bilhete anônimo da pessoa que o deixou pago:


E tomei o café com uma sensação mais do que boa de fazer parte dessa “corrente do bem”. Posteriormente, pedi pra falar com a proprietária, e então a Marisa me contou que realmente a inspiração veio por conta do livro citado acima, que a ideia funciona há 3 anos, e que desde então já ouviu várias histórias inspiradoras por conta desses atos de bondade, onde a citação “Gentileza gera Gentileza” é elevada a um outro patamar.

Marisa me contou também que escolheu o café como o ‘objeto’ de compartilhamento por conta do custo ser mais acessível, mas que já houveram pessoas que pagaram almoços, pratos específicos, sobremesas e tudo mais que possa ser compartilhado com o próximo. Disse ainda que compartilha da mesma ideia que eu, de que é uma eterna otimista, e fica impressionada com a quantidade de pessoas que duvidam que esse tipo de ideia não daria certo no Brasil, duvidando se o café será entregue e por aí vai.

Fica aqui uma grande lição para todos nós de que sim, temos Razões para Acreditar num mundo melhor. E para quem está se perguntando, sim, também deixei um café compartilhado com um bilhetinho.

A história que me fez conhecer o “café pendente” foi essa aqui:

“O café pendente”

“Entramos em um pequeno café, pedimos e nos sentamos em uma mesa. Logo entram duas pessoas:
- Cinco cafés. Dois são para nós e três “pendentes”.
Pagam os cinco cafés, bebem seus dois e se vão. Pergunto:
- O que são esses “cafés pendentes”?
E me dizem:
- Espera e vai ver.
Logo vêm outras pessoas. Duas garotas pedem dois cafés – pagam normalmente. Depois de um tempo, vêm três advogados e pedem sete cafés:
- Três são para nós, e quatro “pendentes”.
Pagam por sete, tomam seus três e vão embora. Depois um rapaz pede dois cafés, bebe só um, mas paga pelos dois. Estamos sentados, conversamos e olhamos, através da porta aberta, a praça iluminada pelo sol em frente à cafeteria. De repente, aparece na porta, um homem com roupas baratas e pergunta em voz baixa:
- Vocês têm algum “café pendente”?
Esse tipo de caridade, apareceu pela primeira vez em Nápoles. As pessoas pagam antecipadamente o café a alguém que não pode permitir-se ao luxo de uma xícara de café quente. Deixavam também nos estabelecimentos, não só o café, mas também comida. Esse costume ultrapassou as fronteiras da Itália e se difundiu em muitas cidades de todo o mundo.”





Gentileza gera gentileza

Uma xícara de café a todas as ideias boas, inspiradas em melhorar o dia de outra pessoa.





quarta-feira, 3 de abril de 2013

Resenha: Quebra de Confiança - Harlan Coben


Escrevi a resenha sobre esta obra há um tempo atrás para o blog da Marina, uma amigona que reencontrei depois de muito tempo e que divide comigo todas as novidades e comentários sobre livros. Foi graças a ela também que me inspirei para fazer esse blog :)

Quem gosta de romance em especial não pode deixar de visitar o blog dela:


Uma leitora ávida e romântica incurável, ela tem as melhores dicas sobre obras do gênero.

Agora, voltando a resenha, como sou fã do Coben e esse é o primeiro de uma série de livros seus que tem o mesmo personagem principal, não poderia deixar de postá-la aqui também.


Título: Quebra de Confiança (Deal Breaker)
Autor: Harlan Coben
Páginas: 272
Editora: Arqueiro


Quebra de confiança é o livro que apresenta o primeiro caso de Myron Bolitar, personagem principal da série de suspense policial de Harlan Coben.

Cheguei a minha primeira obra de Coben procurando por um livro bom, de um autor que eu ainda não conhecesse e que não fosse muito para “mulherzinhas”. Apesar de todo mérito de Nicholas Sparks, ele não se enquadrava em todos os pré-requisitos da vez, e tive que dizer não à simpática vendedora. Assim, acabei chegando a outro autor que estampa milhões de cópias vendidas em suas capas.

Devo admitir que minha impressão das duas primeiras páginas do livro de Coben não foram muito boas. Não porque eram repletas de descrições enfadonhas sobre cenários que o autor faz questão que você imagine até o último detalhe da maçaneta, muito pelo contrário, os diálogos são rápidos, mas babacas. O personagem principal, o agente esportivo Myron Bolitar, se comporta e fala como um adolescente boçal em uma reunião de negócios.

Representante de Christian Steele, um jovem astro e promessa milionária do futebol americano, Bolitar acaba se envolvendo no misterioso caso do desaparecimento da namorada de Christian, Kathy Culver. Apesar de o caso ter ocorrido há mais de um ano e nada ter sido descoberto além de fortes indícios de agressão sexual, prestes a fechar um grande negócio, Christian recebe um exemplar de uma revista que traz a foto de Kathy em um anúncio de disque sexo.

Esse novo indício de que Kathy possa estar viva e algo horrível tenha acontecido com ela desestabiliza Christian e agora Myron tem que correr contra o tempo para solucionar esse mistério e ao mesmo tempo salvar a carreira do garoto.

É verdade que alguns diálogos deixam escapar as frases bobas e boçais do inicio, mas não demora muito até que a narrativa rápida e clara de Coben o pegue para uma madrugada toda em claro.

Em capítulos curtos, o autor narra um suspense ágil e convincente, repleto de intrigas e mistérios. À medida que seus outros personagens, como o melhor amigo de Myron, o rico e perigoso Wyn (a cereja do bolo) são apresentados e envolvidos na trama para desvendar o mistério cujas poucas pistas apontam para crime sexual, o leitor cai numa armadilha de interesse e avidez da qual dificilmente conseguirá sair. Mas enfim, acho que é por isso que seu público já consolidado o batizou de “mestre das noites em claro”. 

Boa leitura e que o café seja forte no dia seguinte.