quinta-feira, 23 de abril de 2015

Resenha: Um estudo em vermelho - Arthur Conan Doyle



Título: Um estudo em vermelho
Autor: Arthur Conan Doyle
Páginas: 149
Editora: Martin Claret

Especialmente em homenagem ao Dia Mundial do Livro, vou fazer minha primeira resenha sobre uma obra de ninguém mais ninguém menos que Sir Arthur Conan Doyle, a "humilde" mente que criou lá em meados de 1880 o detetive mais famoso e representado até hoje, sr. Sherlock Holmes.

Será minha primeira resenha sobre ele, não apenas por homenagem ao dia, mas também porque (por algum motivo) esse é o primeiro livro dele que leio na vida. Nem Freud explica. Recentemente, para me desculpar, comprei três livros do Conan Doyle de uma só vez, assim, no chute, pelos títulos mesmo e eis que dei muita sorte. O primeiro exemplar que peguei na mão era coincidentemente o primeiro livro que o autor escreveu sobre o Sherlock Holmes, então, por pura magia do universo tive o prazer de começar certo, lendo como Watson conhece Sherlock e a qual foi o primeiro caso que eles investigaram juntos.

O nome da obra é "Um estudo em vermelho", livrinho fino, amistoso, pode até parecer que o autor nem tinha muito que falar, ainda estava desenvolvendo a inspiração, mas ledo engano, em 149 páginas Sir Arthur já chuta a porta e mostra a que veio. 

"Um estudo em vermelho" é o nome que o célebre dr. John H. Watson dá a análise e registro do primeiro caso que ele acompanhou junto com seu novo companheiro de apartamento, Sherlock Holmes. Isso mesmo, companheiro de apartamento. 

Diferente do que é provável se pensar, Doyle não começa o livro do ponto de vista do detetive, e sim de um médico combalido, recém-dispensado cirurgião do exército, mandado de volta para casa depois de levar um tiro no ombro e contrair febre tifoide durante a recuperação. Por sorte Watson deixa os acampamentos britânicos da guerra anglo-afegã com vida e volta para Londres (em frangalhos), recebendo pensão do governo para sobreviver enquanto se recupera.

Com pouco dinheiro e sem rumo na vida, Watson precisa achar alguém com quem dividir um apartamento e é nesse cenário que ele acaba encontrando um amigo que comenta sobre um amigo que também está procurando alguém para rachar despesas. E eis que somos apresentados, juntamente com Watson, a um homem magro, alto, de cabelos escuros e nariz fino, enfiado em um laboratório de química. Com a mão descarnada de tanto manusear venenos e ácidos, Sherlock Holmes cumprimenta Watson empolgado, havia acabado de produzir uma substância para identificar manchas de sangue.

Junto com Sherlock, Watson vai visitar o apartamento 221 B na Baker Street e eis que se inicia uma das parcerias mais antigas do mundo das histórias de suspense policial. Nessas 149 páginas, o autor não apenas nos apresenta os dois personagens principais e nos explica como se conheceram, como também apresenta um caso, o caso dentro do caso, sua investigação e desfecho.

Sir Arthur Conan Doyle é mestre. Escreveu o livro em 1887 e sua linguagem ainda é fácil, atual e ao mesmo tempo sofisticada e instigante. Não é a toa que Sherlock Holmes e seu fiel Watson são dois personagens que nunca ficaram velhos e o mundo não cansa de ver novas apresentações da dupla.

Nesse Dia do Livro, os cumprimentos e agradecimentos vão para o velho, barrigudo e bigodudo cavalheiro inglês. Elementar meu caro Watson.